Agosto Lilás: acabar com o assédio contra mulheres no trabalho é missão das empresas

O Agosto Lilás nasceu justamente para que a sociedade comece a refletir e atuar pelo fim da violência contra a mulher. Esse mês foi escolhido, pois, em 2006, a Lei Maria da Penha foi sancionada – a partir do caso da biofarmacêutica Maria da Penha Fernandes, que sofreu um atentado de seu marido.

A Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados e a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher lançaram, nesta sexta-feira (6), a campanha Agosto Lilás, com o objetivo de discutir temas relacionados ao enfrentamento da violência contra as mulheres em suas diversas formas.

Os números ainda são alarmantes:
– Uma em cada quatro mulheres sofreu algum tipo de agressão durante a pandemia, seja ela verbal, sexual ou física.
– Temos 17 milhões de mulheres agredidas entre junho de 2020 e maio de 2021, ou 24,4% do total.

Passados 15 anos da Lei, muita coisa avançou, mas as mulheres ainda sofrem violência e, essa triste realidade está melhorando, mas ainda abala escritórios e fábricas pelo Brasil.

Para Dilmara Blinski, Coordenadora de Seleção da RH NOSSA, a maior injustiça que as mulheres sofrem no ambiente de trabalho é a equiparação salarial. Muitas vezes, o salário de uma mulher é menor que o salário de um homem executando a mesma função:

“Estamos falando de uma categoria de violência institucional, que afeta também grávidas ou mulheres que acabaram de ser mães. Muitas nem conseguem uma vaga de trabalho por serem mães, isso sem contar empresas que não contratam mulheres, pois ‘podem engravidar’ – como se isso fosse algo terrível. O fato de ser mãe não transforma uma mulher numa pessoa inútil, ela segue com suas habilidades intactas” conclui a especialista.

Eliane Catalano, Coordenadora de Recrutamento e Seleção da RH NOSSA, já percebe haver uma movimentação para a igualdade de gênero nas empresas sérias e que a chave que vai virar este problema é o diálogo interno:

“Foi bem lembrada a questão salarial que não é igual, o tema da gestação que nem deveria ser um problema, e a palavra que defini tudo isso é assédio. Temos ainda os comentários maldosos, a importunação que pode ter conotação sexual e até mesmo a desqualificação de uma profissional apenas por ela ser mulher”.

Catalano explica que a RH NOSSA está fazendo parte da mudança gradativa nesta mentalidade, estimulando para que empresas falem sobre o tema com todos os colaboradores:

“As empresas podem receber um processo gigante por estas práticas, que vão manchar a reputação e criar um ambiente tóxico. Nos mesmas realizamos diversas palestras sobre desenvolvimento profissional para mulheres e as empresas estão começando a abandonar esse assedio. É preciso criar mecanismos de educação para evitar essas situações e até mesmo práticas punitivas para quando o assédio acontecer” completa Catalano.

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