Treinar o cérebro para lidar com a pressão no ambiente de trabalho e, assim, manter-se produtivo e com a mente saudável mesmo diante de situações limite. Diante das incertezas do cenário político-econômico, tem crescido o número de empresários e executivos que buscam este caminho natural e sem remédios para combater a depressão e a ansiedade.
A percepção é do fisiologista João Pinheiro, que viu aumentar em seu consultório nos últimos meses a procura deste perfil de paciente por maneiras naturais de enfrentar o estresse.
“É o que costumamos chamar de estresse inteligente, ou seja, com base em exercícios específicos, aumentamos o desempenho das redes neurais, por meio da estimulação de neurônios. Grosso modo, é como se o cérebro tivesse um HD de 2 GB e passasse a contar com 6 GB”, exemplifica Pinheiro.
As alterações no cérebro do paciente, de acordo com o médico, podem ser identificadas pela presença de insônia, perda de memória e déficit de atenção e concentração. O diagnóstico é confirmado por exames laboratoriais e ressonância magnética do hipocampo, com volumetria e espectroscopia.
“Um computador possui uma determinada capacidade de memória e armazena nela as tarefas que realiza. Essa capacidade em algum momento ficará limitada, comprometendo o seu funcionamento. O mesmo acontece com o cérebro em relação ao estresse. Ele ultrapassa o seu limite ao armazenar muitas informações, provocando pane no sistema”, explica Soares.
Como consequência dessa falha a saúde cognitiva, a produção de novos neurônios ou a recuperação dos já danificados diminui, o que acarreta também em uma redução na ativação dos hormônios e substâncias naturais, necessários para combater esses estados emocionais.
De acordo com Pinheiro, a prática de neuro estimulação permite a recuperação de um neurônio, ou a sua substituição, a partir da capacitação de outro para exercer determinada função. “Os exercícios induzem o cérebro a ter mais entendimento sobre as manifestações do corpo ou psique, estimulando a liberação de hormônios naturais que previnem estados depressivos e de estresse.”
Sergio Soares lembra ainda que os exercícios utilizam os cinco sentidos para estimular a tendência natural do cérebro de formar associações entre diferentes tipos de informações. “Eles ativam e criam um circuito de rede por vias associativas – visuais, auditivas e de percepção motora –, que ampliam a capacidade de controle e coordenação, atuando na concentração, atenção e memória de curto prazo. O cérebro passa então a executar suas funções utilizando a memória de maneira mais otimizada.”
Treino cognitivo
As técnicas de Neurofitness prometem mais agilidade cognitiva e emocional, facilitando a capacidade de recuperação. Elas permitem controlar desde o cansaço extremo aos transtornos emocionais e preparam para enfrentar qualquer situação adversa. Podem ser aplicadas nas próprias empresas e até mesmo desenvolvidas em casa, desde que sempre acompanhas por um profissional especializado, ou com a sua orientação.
João Pinheiro, entretanto, observa que cada pessoa possui a sua particularidade, um mapa neural das emoções em que diferentes trilhas conectam os neurônios. “Os exercícios devem ser adaptados de acordo com as necessidades e o histórico de cada um, com o objetivo de trabalhar especificamente as regiões do cérebro que foram afetadas.”
Fonte: administradores